A Feiura da Beleza

Arquivado sob (Mastigando) por Daniel em 19-02-2009

Durante um almoço com o pessoal do meu serviço a conversa na mesa foi direcionada àquilo que está na cabeça da maioria do povo brasileiro nessa época: o Carnaval. Diversas pessoas contaram histórias de suas visitas a ensaios de blocos carnavalescos, declararam seu amor por uma escola de samba específica e contaram vantagem de quanto haviam bebido nesses eventos.

Eu já havia dado graças a Deus que ninguém havia entrado em detalhes mais específicos de suas peripécias imorais e que a discussão estava acabando, quando a mesa parou a conversa e olhou pra mim. Todos presentes sabiam de minha fé, já havia conversado explicitamente com a maioria sobre o evangelho e vi que eles notaram minha ausência na conversa.bloco

(ELES) – “E você Daniel, nunca participou do Carnaval?”

(EU) – “Não.”

(ELES) – “Você já assistiu a algum desfile de Carnaval?’
(EU) – “Não.”

(ELES) – “Poxa cara, a gente entende seu lado sobre sexo, a farra toda, a bebedeira, mas essas coisas não fazem parte do desfile. O desfile é BONITO. A BELEZA de um bloco é algo inquestionável! Não é?”
(EU) – “Gente, é aí que vocês se enganam…”

A “beleza” do Carnaval é deturpada. O exemplo mais claro disso são os corpos femininos expostos (basta ver 3 segundos de comercial na televisão pra saber). A beleza feminina foi feita para ser usufruida dentro de um contexto específico, o casamento. Para ser apreciada pelo marido. Infelizmente, no carnaval, os corpos são expostos para TODOS verem, sem pudor. Sendo assim, a beleza feminina é a beleza deturpada mais óbvia presente no carnaval.

Segundo, todo bloco tem seu samba, seu enredo e através disso passa uma mensagem. Só que na maioria das vezes a mensagem é contraditória com aquilo que é pregado na Bíblia. Dificilmente se encontra algum tema bom entre as escolas de samba e a oportunidade de impactar milhares e milhares de pessoas positivamente é desperdiçada. Um de meus colegas argumentou dizendo que algumas escolas falam de ecologia, sobre a preservação da natureza, pois é criação de Deus, e o homem não tem direito de destruir a natureza, etc…

Agora reflitamos um pouco nisso. Se olharmos a cena com cuidado, veremos que a contradição é gritante! Imagine só, um monte de gente dançando e pulando, gritando, proclamando que devemos preservar a mata, os rios, os animais, pois a NATUREZA é criação de Deus! (okay, beleza, até aí aceito a mensagem). Só que, logo depois da transmissão dessa linda mensagem, os integrantes e os que assistiam participam e organizam os bacanais, a bebedeira desenfreada e uma miscelânia de outras atividades prejudiciais a sua saúde. Ou seja, o corpo deles, que é NATUREZA, que também é criação de Deus, é destruido por eles próprios (hipocrisia pura) sem ao menos pensarem duas vezes.

Não há nada de positivo no Carnaval. Não há nada de verdadeiramente belo no Carnaval. A única coisa pra qual o Carnaval pode ser útil é como expositor da Depravação Total do homem. Morno é o crente que assiste tudo isso e não enxerga como o mundo necessita de Cristo.

E é por isso que, para mim, criado e crendo na Palavra de Deus e suas verdades, só enxergo a feiura da beleza do Carnaval brasileiro.


Publicado originalmente em 2006: http://danielportela.blogspot.com/2006/02/feiura-da-beleza.html

 

!BONUS! Pra quem gosta de poesia, abaixo segue uma sobre o Carnaval. Autoria do Pastor Jerônimo Gueiros:

Carnaval! Empolgante Carnaval!
Festa vibrante! Festa colossal!

Festa de todos: de plebeus e nobres,
Que iguala, nas paixões, ricos e pobres.
Festa de esquecimento do passado,
De térreo paraíso simulado…

Falsa resposta à voz do coração
De quem não frui de Deus comunhão,
Festa da carne em gozo desbragado,
Festa pagã de um povo batizado,

Festa provinda de nações latinas
Que se afastaram das lições divinas.
Ressurreição das velhas bacanais,
Das torpes lupercais, das saturnais

Reino de Momo, de comédias cheio,
De excessos em canções e revolteio,
De esgares, de licença e hilaridade,
De instintos animais em liberdade!

Festa que encerra o culto sedutor
De Vênus impúdica em seu fulgor.
Festa malsã, de Cristo a negação,
Do “Dia do Senhor” profanação.

Carnaval! Estonteante Carnaval!
Desenvoltura quase universal!

Loucura coletiva e transitória,
Deixa do prazer lembrança inglória,
Festa querida, do caminho largo,
De início doce, mas de fim amargo…

Festa de baile e vinho capitoso,
Que morde como ofídio venenoso,
Que tira do homem sério o nobre porte,
E gera o vício, o crime, a dor e a morte.

Carnaval! Vitando Carnaval!
Festa sem Deus! Repúdio da moral!
Festa de intemperança e gasto insano!
Trégua assombrosa do pudor humano,

Que solta a humana besta no seu pasto:
O sensualismo aberto mais nefasto!
Festas que volve às danças do selvagem
E do africano, em fúria, lembra a imagem,

Que confunde licença e liberdade
Nos aconchegos da promiscuidade
Sem lei, sem norma, sem qualquer medida,
Onde a incauta inocência é seduzida,

Onde a mulher, às vezes, perde o siso
E o cavalheiro austero o são juízo;
Onde formosas damas, pela ruas,
Exibem, saltitando, as formas suas,

E no passo convulso e bamboleante,
Em requebros de dança extravagante,
Ouvem, no “frevo” , as chufas e os ditados
Picantes, de homens quase alucinados,

De foliões audazes, perigosos,
Alguns embriagados, furiosos!
Muitos, tirando a máscara, em tais dias,
Revelam, nessas loucas alegrias,

A vida que levaram mascarados
Com a máscara dos homens recatados…
Carnaval! Perigoso Carnaval!
Que grande festa e que tremendo mal!

Brasil gigante, atenção! Atenção!
O Carnaval é festa de pagão!
Repele-o! Que te traz só dor e morte!
Repele-o! E inspira em Deus a tua sorte.

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