Perdi Meu Cobertor

Arquivado sob (Mastigando) por Daniel em 06-04-2016

Valderez Sena Portela

Perdi e sinto frio. Por muitos anos, quando a vida enviava noites geladas em minha direção, eu não me preocupava. No fundo eu sabia que embora gasto, dobrado, e as vezes até esquecido no canto da casa, havia um cobertor pra me proteger e esquentar. Ah! Que gostoso era pegar aquele cobertor, se enrolar nele, e deitar-me sabendo que naquela noite gelada, eu estava protegido. Poderia descansar agarrado a benção daquele meu cobertor.

Mas hoje o perdi… Não o tenho mais, pois foi-se embora de minha casa. E junto com a perda desse cobertor, se aproxima uma longa e fria noite.

O cobertor que se foi são as orações e o carinho de minha avó, Valderez Sena Portela. Desde que nasci, fui alvo das orações da graciosa vovó. Orações tão frequentes e constantes que viraram para mim um lindo cobertor, que aquecia minha alma perante as dificuldades da vida.

Sabia que no colo da minha avó eu poderia ter um abraço sincero. E me acalentava o coração a convicção de que mesmo distante, ela estaria de joelhos todas as noites falando com Deus, intercedendo e clamando por minha vida.

Hoje encerrou-se em minha família uma geração. Não tenho mais avós e avôs, e tenho a noção de que hoje, em meus ombros está o chamado para também ser o cobertor de outros. Peço a Deus que Ele possa me usar como fonte de graça na vida dos que me cercam, assim como Ele usou a vovó Valderez.

Quem a conheceu, viu como transbordava amor, bondade e carinho. Quem não a conheceu, espero que consiga enxergar um pouco do que foi sua vida, ao observar a nossa.

Sem dúvida, o Senhor é a minha rocha e minha fortaleza! E por isso, sei que estou seguro em suas mãos, e que por sua bondade o frio não vencerá. Mas ainda assim, sentirei falta do meu cobertor…

A Deus toda honra e glória.

29 de Julho de 2015 – Daniel Portela

A beleza de uma vida submissa a Deus

Arquivado sob (Mastigando) por David em 31-07-2015

Vovó e eu (David)

Vovó e eu (David)

A casa de minha avó não tinha grandes decorações. Havia uma calma, uma simplicidade e praticidade na maneira como as coisas eram arranjadas. À primeira vista, não havia nada que chamasse ou prendesse a atenção. Mas se você chegasse perto da estante da sala, ou da cômoda no quarto, e olhasse com cuidado, perceberia que havia muito mais ali. Pequenas coisas, colecionadas ao longo dos anos, enchiam aquela casa de beleza.

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Natal: uma reusurpação

Arquivado sob (Mastigando, Pancadaria) por David em 12-12-2012

No caminho para BelémViva! Está chegando aquela festa que originalmente celebrava o solstício de inverno, festa usurpada pela Igreja Católica Apostólica Romana para celebrar o nascimento de Cristo (todavia retendo muitos dos símbolos e tradições do festival pagão original), festa usurpada pelo consumismo pós-moderno da nossa cultura, com seu foco no Papai Noel e nos presentes.

Podemos celebrar nesse dia? Sim! Mas o façamos de olhos abertos para o fato de que ele muito provavelmente não representa a data certa para o nascimento de Cristo, e com a compreensão de que o uso de muitos símbolos na nossa tradição, cristã, não tem nada a ver com o que aqueles símbolos significavam para as culturas de onde foram extraídos.

Façamos, então, uma reusurpação consciente e agressiva de uma festa que hoje se encontra repaganizada, usando a oportunidade para celebrar não o simples nascimento de uma criança, e sim a Encarnação do Verbo. A segunda pessoa da Trindade, que existe desde toda a eternidade e que, num dia há mais ou menos dois mil anos, “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.7-8)

Essa boa-nova não tem limites de hora, dia, mês ou ano para ser divulgada. Emanuel: Deus conosco. Que o dia 25 seja apenas um dos dias em que você festeja essa maravilha, compartilhando-a com os seus familiares, amigos, colegas de trabalho e estudo, enfim, com o mundo!

Igreja Reformada, sempre se reformando

Arquivado sob (Crítica, Mastigando, Pancadaria) por David em 01-11-2012

Ontem foi 31 de outubro. Para uma grande parte do mundo, Halloween. Para outra parte não tão grande, foi uma ocasião para lembrar e celebrar a Reforma Protestante do século 16.

Ao contrário do Halloween, nas redes sociais as “celebrações” da Reforma se estenderam por todo o mês de outubro, com frases de reformadores, trocas de fotos de perfil, etc. E a verdade é que, para um certo segmento daqueles que se consideram parte da “tradição reformada”, essa “celebração” já passou de um dia, para um mês, para se tornar o comportamento normal durante o ano todo. Em vista dessas coisas, quero fazer as seguintes observações.

A Reforma aconteceu há quase 500 anos. Foi um salto tremendo de volta para uma fé centralizada em Cristo e baseada na sua revelação, deixando de lado uma tradição e eclesiologia que havia usurpado a sua autoridade. Mas nos últimos 500 anos muita coisa aconteceu. O zeitgeist (espírito da época) do mundo mudou tremendamente, e isso afetou, e afeta, o pensamento daqueles que compõem a Igreja de hoje.

Clamo, pelo amor que temos ao Pai, que possamos continuar construindo em cima das verdades resgatadas pela Reforma, mas que possamos construir em cima delas e não continuar martelando os mesmos pregos de Lutero e escrevendo as mesmas palavras que Calvino. Que essas verdades possam servir de pano de fundo para uma Igreja que continua a se reformar, avaliando a si mesma como ela é hoje, à luz das Escrituras, sem ter a cabeça presa num túnel do tempo que enganosamente faz pensar que gritar chavões da Reforma (até virtualmente) tem a mínima utilidade para alguém, dentro ou fora da Igreja, nos dias de hoje.

Se querem gritar chavões da Reforma, que gritem esse: Ecclesia Reformata et Semper Reformanda, ou seja, “Igreja reformada e sempre se reformando”. Deixemos de focalizar no “ponto de partida”, que na verdade foi apenas um ponto de retorno, e lembremos do propulsor Semper Reformanda.*

Que Deus nos abençoe!


*Agradeço ao primo Tacito Gueiros por esse último insight.

Carta aberta à Globo sobre a sua hipocrisia (Atualizado)

Arquivado sob (Crítica, Mastigando, Pancadaria) por David em 24-10-2012

Enviada pelo site falecomaredeglobo.globo.com.

Escrevo referente ao episódio de Malhação que foi exibido no dia 22/10/2012. Após ler uma crítica ao programa detalhada neste blog: cronicasdocotidiano.com/?p=1206, assisti ao episódio por curiosidade, confirmando e estranhando o abuso de autoridade do “professor” (que também constitui bullying) para “ensinar” os seus alunos uma lição sobre o bullying. Expresso minha total concordância com a crítica feita no artigo citado acima, especialmente com esta frase: “VIVEMOS NUM MUNDO ONDE AS PESSOAS ACABAM LEGITIMANDO AQUILO QUE CONDENAM, EM PROL DAS CAUSAS QUE APROVAM.”

Mas, além disso, quero registrar o meu espanto com duas outras ocorrências, nesse mesmo quadro, que demonstram hipocrisia da parte dos roteiristas e produtores do programa.

Primeiro, a piada do “professor” quando a “professora” disse que a classe era dele. “Que delícia! Posso levar pra casa?” Uma piada, sim, mas uma piada com tons de pedofilia, permissível apenas porque aquele que a desferiu aparentemente faz parte do único grupo intocável na nossa sociedade, quando se trata de fazer piadas deste tipo: os homossexuais.

Segundo, o uso, por esse mesmo ator, do termo bicha proibido ao resto da população quando se trata deste grupo. Termo que foi coincidentemente censurado pela globo quando escreveu o seu resumo sobre o episódio (tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/Vem-por-ai/noticia/2012/10/contra-o-preconceito-excelsior-da-aulas-de-bale-para-turma-do-2-ano.html). A frase, como ela aparece no episódio, é: “No palco, podemos ser tudo: homem, mulher, criança, velho, bicho, bicha, árvore…”.

São ocasiões como essas que nos alertam para o fato de que vivemos sob a ditadura cultural de uma minoria, que procura influenciar a sociedade através da mídia não apenas a “aceitar” a sua opção e conviver com ela, mas a ampliar os limites do que é aceitável no discurso público, apenas para este segmento da população.

O episódio não ensinou nada sobre bullying, a não ser que o bullying é aceitável se provém de uma autoridade que é homossexual. E, ao mesmo tempo, ensinou que insinuações quanto à pedofilia e o uso de termos atualmente determinados “ofensivos” são completamente aceitáveis, se provém dessa mesma autoridade. Isso não é igualdade, aceitação ou convivência, e sim, desigualdade, autorização ao humor às custas de algo horrível (a pedofilia), e hipocrisia no uso de termos que, se desferidos por outros, são causa de acusações de intolerância, preconceito e crime.

David Zekveld Portela (24/10/2012)

Atualização (24/10/2012): Resposta recebida na mesma noite:

David

Respeitamos sua opinião e crítica. Suas considerações serão levadas ao conhecimento da direção do programa.

Cordialmente,
Rede Globo.

Mente Cristã

Arquivado sob (Mastigando) por Daniel em 03-05-2012

cabeça fechada

O que se passa na sua mente? Naquele lugar seguro, onde ninguém mais enxerga o que está se passando? Quais pensamentos transitam por sua cabeça e influenciam suas decisões, seus relacionamentos, e suas atitudes?

Muitas vezes não percebemos mas a nossa mente está bem ativa! Na verdade, as vezes ativa até demais… Quantas coisas pensamos que nunca gostariamos que outros soubessem? Quantas maldades já planejamos e executamos secretamente em nossa mente?

Sabe por que isso acontece? Porque a mente geralmente é o último território a qual queremos ceder para Deus. Ele sabe de tudo que se passa lá dentro, mas mesmo assim nós nos agarramos a isso  como se fosse o único lugar onde podemos ser “nós mesmos”. Na verdade, um cristão que entende que é pecador, caído, e que seu coração é maligno deveria saber que provavelmente a pior parte de si, está em sua mente.

Algumas pessoas chegam até a usar máscaras externas… Quantos já não conhecemos que na nossa frente dentro da igreja eram uma coisa, e fora da igreja outra pessoa completamente diferente? Mas uma coisa que nunca mudou é que na sua mente, elas eram a mesma pessoa o tempo todo, pensando e raciocinando da forma mais verdadeira conforme a realidade do seu coração… Não existe máscara na mente de uma pessoa!

Quando alguém entrega sua vida para Cristo, deve entender que TODOS os aspectos de sua vida estão debaixo de seu senhorio… Não somente alguns, mas sim todos os aspectos! O seu corpo, suas vontades, seus sentimentos, seu trabalho, sua família, seus bens, e também a sua MENTE pertencem agora a Jesus. Por isso, um cristão deve se esforçar continuamente para ter uma verdadeira mente cristã.

E você pode se perguntar: como conseguimos ter uma mente cristã? A Bíblia nos dá a dica em Romanos 12:2 – “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Uma mente cristã busca sempre estar refletindo na pessoa de Cristo e no sacrificio que ele fez por nós. Uma mente cristã está sempre se renovando através da leitura da palavra e da oração. Se quisermos mesmo andarmos com Deus, devemos preencher a nossa mente com as coisas dEle, só assim poderemos fazer a sua boa, agradável e perfeita vontade! E só assim conhecemos a verdadeira transformação.

Você já entregou a sua mente por completo para Cristo? Já se arrependou daqueles seus pecados de estimação que moram dentro da sua cabeça? Entregue sua mente para Cristo, deixe ele dominar todo o seu ser! Só assim você realmente experimentará o que é a verdadeira paz na vida ao caminhar lado a lado com Deus.

Melhor que o original

Arquivado sob (Mastigando, Música) por David em 23-01-2012

Confesso que me desanimo ao ouvir muito do que passa por “música” hoje em dia. Talvez sejam as letras idiotas (como “Ai se eu te pego”, de Michel Teló), ou o desrespeito à minha fé (“Judas”, da Lady Gaga), ou simplesmente a banalidade sacana que permeia a indústria, como se sexo (ou falar de sexo) fosse a única forma de vender música no mercado atual. No entanto, tenho me surpreendido com alguns covers feitos por artistas que nasceram e cresceram no YouTube. Nesse veículo, há uma oportunidade enorme de você ter seu talento reconhecido e de construir uma base mundial de fãs que oferecem apoio ao artista comprando as músicas no iTunes ou comparecendo pessoalmente a um show, nas turnês.

De algumas das músicas que seguem, eu não escutaria a gravação original mais do que uma vez. Outras já eram músicas das quais eu gostava. Mas, em ambos os casos, o cover ficou tão bom, que impulsionou a compra no iTunes e um lugar permanente no meu playlist. Nos exemplos abaixo, incluo o original à esquerda e o cover à direita, para permitir a comparação.

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Sem medo de ser poeta

Arquivado sob (Mastigando) por David em 10-12-2011

Jairo de Carvalho Portela e Valderez Sena Portela (2007)

Desde que me dei por gente, minha vida tem sido tocada por palavras que escapavam da caneta do meu avô e faziam morada no papel, gentilmente e cuidadosamente colocadas em ordem, frase, e verso, pelo primeiro poeta que conheci. Na infância, nunca tive a impressão de que estas obras eram algo diferente ou fora do normal. Meu avô escrevia poesias…não era isso o que todos os avôs faziam?

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Steve Jobs, transcendência e imanência

Arquivado sob (Mastigando) por David em 06-10-2011

Fonte: Apple

Nas últimas horas fui surpreendido com a emoção que a morte de Steve Jobs causou em mim. Nunca o conheci pessoalmente. Em 2001 estive na conferência Macworld, em Nova Iorque, pouco antes dos ataques de 11 de setembro, e tive a oportunidade de presenciar o seu brilho enquanto Steve fazia o que mais gostava de fazer: apresentar ao mundo uma nova invenção, na qual havia investido inúmeras horas e quantidades inestimáveis de energia. Seu amor pela Apple e pelos produtos que criou, junto com a sua equipe, transparecia claramente. Não havia nada de forçado ou falso em sua apresentação, e era óbvio que ele realmente acreditava que as suas inovações tecnológicas representavam não apenas uma revolução na indústria, mas uma contribuição importante para a nossa civilização, mudando o nosso jeito de trabalhar, divertir e relacionar.

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Uma resposta bíblica ao homossexualismo

Arquivado sob (Mastigando) por David em 26-06-2011

O texto que segue não é de autoria minha, é uma tradução que fiz da posição da Igreja Wesleyana nos Estados Unidos quanto ao homossexualismo. Mas concordo plenamente com suas argumentações e recomendações, e achei importante e necessário divulgá-lo, especialmente nesses dias onde a celebração desse “estilo de vida” atinge um ritmo frenético. Depois do texto, incluo links para alguns artigos interessantes, e talvez mais relevantes, à situação brasileira. Minha esperança é que possamos pensar sobre o assunto com base nas Escrituras, firmes nos seus ensinamentos e nas suas verdades, mas rejeitando a retórica cheia de ódio que muitas vezes encontramos em ambos os lados.

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