A beleza de uma vida submissa a Deus

Arquivado sob (Mastigando) por David em 31-07-2015

Vovó e eu (David)

Vovó e eu (David)

A casa de minha avó não tinha grandes decorações. Havia uma calma, uma simplicidade e praticidade na maneira como as coisas eram arranjadas. À primeira vista, não havia nada que chamasse ou prendesse a atenção. Mas se você chegasse perto da estante da sala, ou da cômoda no quarto, e olhasse com cuidado, perceberia que havia muito mais ali. Pequenas coisas, colecionadas ao longo dos anos, enchiam aquela casa de beleza.

Uma caixa de música de madeira, com uma bailarina que rodopiava ao som de Für Elise, era uma das minhas peças favoritas. Ficava junto a uma lâmpada de lava, que só era ligada para o deleite do netinho. Caixas pequenas com os conteúdos mais diversos se espalhavam pela casa, cada uma com um desenho, uma pintura, um detalhe sutil.

Enquanto meu avô era poeta, minha avó era artista. Sua especialidade era tornar as coisas belas com pequenos detalhes. Na cozinha, caprichava tanto no gosto quanto na apresentação dos pratos. Fazia seus próprios cartões de Natal e ano novo, e recortava pequenos pedaços de revistas, transformando-os em “flores”. Quando brincava de caubóis e índios com o netinho, começava a brincadeira ensinando-o a fazer um cocar e um chapéu. Quando sentava com ele na rede, sua linda voz, cantando hinos de louvor a Deus, o conduzia a um sono tranquilo. Quer trazendo uma palavra de amor, encorajamento, conforto ou exortação…tudo o que ela tocava ficava mais belo.

A decoração da casa refletia a sua personalidade. À primeira vista, uma pessoa pacata, simples, e prática. Mas quem se achegava a ela logo se impressionava com a beleza de sua alma e com a força de sua fé. Era uma mulher de Deus, antes de ser qualquer outra coisa. E por isso, refletia a beleza de Cristo em tudo o que fazia e dizia.

Obrigado, Pai, por ter compartilhado sua filha conosco e ter-nos ensinado, através dela, a beleza singela de uma vida submissa a Deus.

David Zekveld Portela
31 de julho de 2015

Valderez Sena Portela faleceu no dia 29 de julho de 2015. Sua beleza continua brilhando nos corações de seus amigos e familiares.

Família Portela, dezembro de 2009

Vovó com o resto da Família Portela, em dezembro de 2009

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(6) Mordidas para o primeiro post!

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