Steve Jobs, transcendência e imanência
Arquivado sob (Mastigando) por David em 06-10-2011
Nas últimas horas fui surpreendido com a emoção que a morte de Steve Jobs causou em mim. Nunca o conheci pessoalmente. Em 2001 estive na conferência Macworld, em Nova Iorque, pouco antes dos ataques de 11 de setembro, e tive a oportunidade de presenciar o seu brilho enquanto Steve fazia o que mais gostava de fazer: apresentar ao mundo uma nova invenção, na qual havia investido inúmeras horas e quantidades inestimáveis de energia. Seu amor pela Apple e pelos produtos que criou, junto com a sua equipe, transparecia claramente. Não havia nada de forçado ou falso em sua apresentação, e era óbvio que ele realmente acreditava que as suas inovações tecnológicas representavam não apenas uma revolução na indústria, mas uma contribuição importante para a nossa civilização, mudando o nosso jeito de trabalhar, divertir e relacionar.
Transcendência
Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.
~ Eclesiastes 3.11
Quem já assistiu ao excelente Pirates of Silicon Valley (Piratas do Vale do Silício) conhece um pouco da jornada de Steve. Há algumas cenas no filme que demonstram o desejo que o Steve tinha pela transcendência, a sua busca por algo além da nossa realidade. Esse desejo levou Steve, na sua juventude, a buscar respostas em lugares não convencionais. Viajou bastante com diversas drogas e passeou na Índia, flertando com o misticismo Hindu e aterrissando enfim no Budismo, religião que – aparentemente – seguiu até a sua morte. Talvez esse desejo de atravessar o espelho e descobrir o que havia do outro lado, de trazer idéias para o nosso lado que fossem mágicas e que não se comportassem às nossas noções do que era possível ou permissível, tenha sido o que o levou a descartar os limites que o cercavam no mundo da tecnologia e a pensar de forma diferente.
Foi esse o tema da campanha Think Different que a Apple lançou em 1997, logo após a volta de Steve à Apple:
https://www.youtube.com/watch?v=8rwsuXHA7RA
Here’s to the crazy ones. The misfits. The rebels. The troublemakers. The round pegs in the square holes. The ones who see things differently. They’re not fond of rules. And they have no respect for the status quo. You can quote them, disagree with them, glorify or vilify them. About the only thing you can’t do is ignore them. Because they change things. They push the human race forward. And while some may see them as the crazy ones, we see genius. Because the people who are crazy enough to think they can change the world, are the ones who do.
Essa é uma homenagem aos loucos. Aos desajustados. Aos rebeldes. Aos criadores de caso. Às peças redondas nos buracos quadrados. Aos que vêem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles impulsionam a raça humana. Enquanto alguns os vêem como loucos, nós reconhecemos o seu brilho. Porque as pessoas que são loucas ao ponto de pensar que podem mudar o mundo, são as que de fato, o mudam.
Não há dúvida que Steve tenha conseguido isso. Sua liderança na Apple, na NeXT e na Pixar alavancaram inovações em múltiplas indústrias. Foi pioneiro no cinema digital, produzindo obras primas como Toy Story e A Bug’s Life (Vida de Inseto) quando o resto da indústria pensava ser impossível atingir esse nível de sofisticação, e conseguiu fazê-lo com roteiros interessantes e atores cativantes. Transformou o computador de uma caixa cinza chata e barulhenta em uma obra de arte, desde o primeiro iMac até o atual MacBook Air, façanha que seus concorrentes até hoje tentam copiar. Mudou o nosso modo de interagir com a tecnologia, distilando idéias “apropriadas” da Xerox para criar a interface gráfica de janelas e menus, popularizando o mouse como instrumento de controle, revolucionando novamente a interfáce gráfica com o Mac OS X (que continua a influenciar profundamente o Windows) e por uma terceira vez, com o iOS. Sacudiu a indústria musical com o iPod e o iTunes, transformando a Apple na maior vendedora de música do mundo e possibilitando que carregássemos as nossas audiotecas completas no bolso. Revolucionou o conceito de smart phone com o iPhone, de maneira tal que os smart phones que o antecederam ficaram com aparência de asno. E no fim, conseguiu fazer o que o resto da indústria de informática tentava há mais de uma década: introduzir o tablet na sociedade de uma forma tão profunda que já faz parte integral das vidas de muitos.
Imanência
Se o desiderium aeternitatis (o anseio pela eternidade) estava claramente presente na vida de Steve, sua jornada aparentemente nunca o levou a reconhecer Aquele que é transcendente, ou a conhecer a Sua imanência. Isso dá uma dimensão ainda mais grave à sua morte, pois nem o brilho que demonstrou, nem as riquezas que gerou, nem a beleza dos produtos que criou, o seguirão no próximo passo de sua jornada. E isso faz parte da minha tristeza nesse momento, ao refletir sobre uma vida cheia de promessa e potencial, brilho e bonança, criatividade e convicção, sucesso e…
Esse ser humano, feito na imagem de Deus, verdadeira obra de arte divina, que expressava a criatividade e beleza do Criador naquilo que produzia, e cuja morte deixa a nossa civilização empobrecida em arte e visão, muito provavelmente morreu sem salvação.
Mais do que qualquer dor que possa sentir por ter admirado o homem há quase 25 anos, mais do que o sentimento de ter perdido alguém que mudou muitos aspectos práticos da minha vida e que possibilitou muitas etapas de minha carreira, mais do que a tragédia do potencial perdido por causa de uma doença silenciosa, porém mortal, que também afeta a minha família, é isso o que me entristece: Steve Jobs, quase certamente, morreu sem conhecer a Jesus como seu Redentor e Senhor.
É importante reconhecer o brilho do homem, e de onde veio. É louvável entristecermo-nos com a perda para a nossa civilização e sociedade. Mas é essencial compreendermos que nessa vida, não há nem Undo, nem Restart. As decisões que tomamos aqui são o que determinam o nosso destino eterno, e o único caminho para a vida eterna é através de Jesus Cristo:
E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.
~ Hebreus 9.27
Nossas orações estão com a família de Steve, e nosso desejo é que eles possam conhecer Aquele que é Transcendente, Imanente, Amor, Bondade, Justiça e Verdade.
Nossa, fantástico, me tocou! Jobs foi um homem que tentou chegar até os limites do que a humanidade pode alcançar…mas de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma? Só tenho motivos para agradecer a Cristo por ter me alcançado…e refletir sobre o que tenho feito até aqui.
Graça e paz do Senhor,
Helder Nozima
Barro nas mãos do Oleiro
Jobs vai fazer falta como uma ilustração da graça comum do Criador, capacitando a humanidade a progredir e cumprir minimamente o mandato dado a Adão. Bela dentada, Daniel. Vou me inspirar nela para morder a pastoral do boletim da IPP… rsrsrs
Davi,
Eu também lamentei a morte dele e lamentei mais por ele ter morrido recusando conscientemente o cristianismo e aferrando-se ao induismo (ou ao que ele mesmo concebia como religião).
Creio que ele gastou tanto de sua energia tentando fazer com que o efêmero e material se tornasse (ou pelo menos recebesse um toque de) eterno que ele se esqueceu que não somos nós que eternizamos as coisas, nem elas o são muito menos podem ser em sua essência.
Na maior comunidade brasileira usuários de seus produtos na web (em sua maioria ateus, ou não cristãos) há um forte sentimento de que “morreu o homem e nasceu a lenda”.
Pena! Ele poderia ter glorificado diretamente o Senhor com suas brilhantes criações. Entretanto Deus não se deixou ficar sem testemunho de sua bondade, pois mesmo quem não o conheceu diretamente recebeu grandes lampejos de sua graça comum.
abraços
Fôlton
David,
Estou mandando seu texto para publicação no site da IPB
David, muito interessante o texto, parabéns!
Acredito que ele sempre será lembrado no Hall of Fame do mundo da Tecnologia pelos produtos e invenções que criou. Um imortal do Vale do Silicio. Um imortal que não alcançou a vida eterna. É exatamente esse o vazio que fica.
Abraços!
Pena é saber que um cara como Steve Jobs não teria espaço nas nossas igrejas.
1Co 1:21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
1Co 1:25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
1Co 2:14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Muito bom seu texto. O questionamento final é interessante, mas vale lembrar que nao podemos julgar se ele foi salvo ou nao, mesmo que muito da sua crença seja diferente da de aguns. Podemos aprender com seu brilhantismo, bons e maus exemplos, mas a eternidade nao cabe a nós. Acredito que teremos boas surpresas (ou más para alguns) quando tudo chegar ao fim…
David, peço sua permissão para fazer a tradução para a espanhol e colocá-lo no meu blog indicando sua autoria.
Oscar, pode traduzir sim! Se puder fazer um link para o original, agradeço. Abraços!
Lindo o texto, escrito com o coração. Parabéns, David. O Mastigue só ressuscita de tempos em tempos, mas, com textos como esse, vale a pena a espera! Abração!
Muito bom!
Realmente ele foi um grande realizador.
Será lembrando por toda humanidade, mas não desfrutara a eternidade com o Criador.
“pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” mt 16.26.
Testo interessante, no entanto equivocado. Pra começar, Steve Jobs era ateu. Seu interesse por religiões orientais se devia por uma busca por ibertação tipica da geração dele (existiam cientistas nos EUA que viam o cristianismo e o pragmatismo da Guerra Fria como limitantes do pensamento. Eles buscaram religiões orientais pq eram mais livres e subjetivas). O Budismo que ele “seguiu” na verdade era uma vertente racional, com a idéia de que os problemas e as soluções vem de dentro, não de uma força externa. Steve não ficava recitando mantras, buscando fortalecer auras, chakras nem outras coisas do tipo…O que ele achava é que uma minoria pensante e racional não queria saber de guerra e de uma vida após a morte, eles queriam viver bem na Terra e queriam ser livres. E ele queria que o mundo vislumbrasse essa forma de ver a vida. “Pense diferente” era o tapa na cara da sociedade pseudo-moralista e opressora. Ele conseguiu! Se todas essas coisas que você citou são febres globais, se a tecnologia está enraizada na sociedade e se tornou “moda”, não uma coisa de “nerds”, foi por causa de homens como ele. Então lamente pela sua morte. E esse sim, o sentimento de tristeza por um homem brilhante que tinha muito ainda para dar ao mundo e que iniciou uma revolução com seu grupo de amigos que você deve lamentar acima de tudo. Pq ao dizer que ele não foi salvo, que isso é o pior de tudo, você macula sua memória, pois foi contra isso que ele lutou sua vida. Então sempre que ouvir musica no seu Ipod, falar no seu Iphone, teclar no seu Mac, entre outras coisas, lembre-se o que ele realmente queria que você fizesse: pensasse diferente, libertasse sua mente, buscasse novos horizontes e arregaçar as mangas e trabalhar pra realizar seus sonhos! Boa sorte
Ps: desculpe os erros de português.
Texto profundo. Interessante. A parte que mais gostei foi essa: “Steve Jobs, quase certamente, morreu sem conhecer a Jesus como seu Redentor e Senhor”, principalmente pelo “quase certamente”. Pois, de fato, não temos como ter a certeza de como, de acordo com Seus soberanos e misteriosos propósitos e agir, Deus encaminhou os últimos dias de Jobs. Visto que foi batizado (não que isso salve) e criado num lar cristão luterano, sem dúvida, o Evangelho lhe foi pregado. Contudo, não sabemos o que aconteceu nos seus últimos momentos de vida. Por isso digo que gostei do “quase certamente, morreu sem conhecer a Jesus como seu Redentor e Senhor”. Ed Stetzer postou algo interessante sobre a morte de Steve Jobs. Vale a pena ler: http://www.edstetzer.com/2011/10/what-about-steve-jobs-religiou.html
@ Helder, Alceu, Samuel, Cidimar, Sandro, Oscar, Fabiano – Obrigado pelos comentários, vocês são bem-vindos aqui!
@ Folton – É essa a idéia, o vão entre o Transcendente e o transcendido só pode ser atravessado pelo Transcendente. Quando o transcendido pensa que se auto-transcendeu, na verdade apenas se auto-enganou.
@ Estevão – Acho isso uma generalização. Conheço várias igrejas que ficariam muito felizes em abrir suas portas para pessoas que buscam algo e estão dispostas a ouvir a Palavra de Deus.
@ Thiago – Eu não disse que não lamentava a sua morte ou a perda para a nossa civilização, muito ao contrário. Simplesmente disse que lamentava mais pela sua alma, se é que ela realmente foi perdida e (como disse o Renato) nos seus últimos dias ele não tenha lembrado do que aprendeu na sua infância. No entanto, meu caro, a verdade é que se ele morreu sem conhecer a Jesus, sua alma foi perdida, e isso me entristece muito.
@ Marcela e Renato – Esse “quase certamente” não estava no primeiro draft, que foi escrito rapidamente ontem à noite. Mas um amigo que leu o texto me lembrou de que sou eu quem está sempre lembrando aos outros que eles não sabem o destino eterno de ninguém, pois não conhecem o seu íntimo…e aí eu reconheci que precisava qualificar o que disse. Minha esperança também é que ele tenha lembrado de Jesus e confessado o Seu nome antes de morrer, apesar de achar isso improvável. Quanto ao texto do Ed, excelente.
Meu querido David,
Eu estava procurando algo sobre Stevie Jobs e penso que vc conseguiu nos falar muito sobre ele. A busca do homem moderno é a mesma que os Tiagos da Palestina do primeiro século tinham, e será asim até os dias do fim (de todos e do mundo). Você foi muito feliz com o seu texto e muito lhe agradeço. Valeu!
Um fraterno abraço!
Jáder
Que todos possam conhecer aquele que inventou a iGreja!!
David,
textaço! Parabéns!
Abraços.
DD, parabéns! Uma boa reflexão para aqueles que pensam que “o aqui e o agora” são mais importantes do que “o que ainda está por vir”! Primeira vez, minha no Mastigue, mas com certeza não a última. Felicidades.
Wellington Lucena
Amado Davi,
Confesso que a modernidade embora eu e todos vivam em conjunto com “ela”, confesso não me toca muito! Gostaria de ser edificado. Os “atos” do Jobs na atual corrifda do chamado moderno, é natural, o moderno vem sem esperarmos, pois vivemos todos juntos e temos que participar”. Lembremos! Somos diferente e separados! Tudo que apareça e surja em nosso meio, nosso cuidado precisa estar a “frente”. Os verdadeiros Cristãos não se deixa estremecer com qualquer que seja o “novo”. Ficamos com um momento mais “velhinho”, que se chama Cristo e, se renova a qualquer momento que seja solicitado, se tornando “O mais moderno dos modernos! Cristo! O resto diz a própria Bíblia em Eclesiaste: tudo que é já foi! Da para separarmos! Cristo Vive e Jobs morreu, cairá no esquecimento como outros ou terá um “quadro na parede, nada mais! Não merece destaque no seio Evangelico,pois ouviu e nos parece não aceitou, segundo “relatos”. Assim prefiro textos edificantes. Envolvido no mundo secular e, com a modernidade bem ao longe!
Saudações
Diácono Rilvan Stutz
Prezado Davi,
Gostaria de ser Edificado! Cristo Vive e Jobs morreu, simplesmente será “Um quadro em qualquer parede!”
Saudações
Diácono Rilvan Stutz
Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro
Caro Diácono Rilvan –
Seja bem-vindo ao blog! Estou sem muito tempo para responder então destaco alguns pontos que me vieram ao ler o seu comentário:
1. Não entendi bem o que você quis dizer com “modernidade”. Se com a modernidade você quer dizer a tecnologia, é meio estranho comentar num blog na Internet e dizer que a tecnologia não lhe toca muito, não é? 🙂 Agora, se você quis dizer que não se deixa tocar pelas notícias atuais deste mundo em que vivemos, então lamento por isso, pois é nesse mundo que somos chamados para ser luz e sal, para julgar todas as coisas e reter o que é bom, e para pregar o Evangelho de Cristo! A meu ver, ignorarmos o que acontece ao nosso redor não gera nenhum benefício à proclamação do Evangelho.
2. Quanto à vida do Steve, na verdade você está concordando com muito do que eu disse, apesar de parecer estar discordando, hehe. O objetivo do artigo foi destacar que apesar de receber uma mente genial do Criador, e de usar essa mente para revolucionar o mundo em que vivemos, de pouco isso adiantou, se o Steve não reconheceu o seu Criador e não se jogou nos braços do único Redentor.
3. Minha fé não se estremeceu com a morte de Steve. Na verdade, foi mais uma evidência de que não é a inteligência ou gênio de uma pessoa que a levará à vida eterna, e sim a obra sobrenatural do Espírito Santo no seu coração, convencendo-a do seu pecado, levando-a aos pés da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, e dando lhe o dom da fé e do arrependimento. Oro para que Steve tenha feito isso nos seus últimos dias, mas como já disse acima, não acho provável que isso tenha acontecido.
4. Só não gostei muito de suas últimas frases, que parecem diminuir o fato de que a morte de Steve, se é que ele morreu sem conhecer ao Senhor Jesus, representa mais uma alma perdida ao inferno. Sua figura do “quadro na parede, nada mais”, desmerece o fato de que Steve foi criado na imagem do nosso Deus e que a perda de qualquer alma é uma tragédia. Quem me dera a igreja pudesse caminhar num museu com quadros nas paredes (e sempre sendo adicionados) representando cada pessoa à qual não pregamos o evangelho, por preguiça, vergonha, ou qualquer outra razão. Talvez a quantidade de quadros fosse o suficiente para convencer-nos a atender o chamado do Pai, fazendo de nossas próprias vidas “cartas vivas” que pregam o Evangelho em cada palavra, cada ação, cada pensamento.
5. Finalmente, não estou destacando o Steve como exemplo no meio evangélico. Estou reconhecendo as suas contribuições à humanidade e lamentando que tenha morrido sem dar evidências de salvação. É claro que existem lições que podemos aprender ao nos aprofundarmos na vida de Steve, tanto coisas a emular (como a sua busca pela excelência em tudo o que fazia – só que nós vamos além e buscamos emular a excelência de Cristo), como coisas a evitar (como seu temperamento volúvel), mas esse não foi o propósito do artigo.
Um abraço,
David
Prezado Irmão David,
Amado falo sim do Jobs (no que se refere a “notícia – Blog). Acho perca de tempo darmos tanto espaço para tal. Mais estarrecido ainda fico quando leio acima que um Pastor, Rev. Vitalino vá sugerir publicar este texto na Ipb. Simplesmente esta para mim foi “o maximo da incoerencia!” enfim,enfim…
Lamentamos.
Diácono Rilvan Stutz
Prezado Diácono Rilvan –
Como podemos ler em Atos 17, Paulo se utilizou do que acontecia no mundo ao seu redor para pregar o Evangelho e chamar as pessoas a Deus:
Atos 17.22-23: “Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.”
Ora, se Paulo se utilizou de um ALTAR PAGÃO para anunciar o Evangelho, creio que temos a liberdade em Cristo para falar das notícias do nosso mundo atual e de utilizá-las na pregação do Evangelho de Cristo.
Se o Sr. realmente acha que esse artigo dá espaço para Jobs, e não vê que a linha toda do artigo é mostrar justamente a futilidade do esforço humano e de qualquer inteligência que possamos ter em achar a vida eterna, que é só de Deus…então eu é quem lamento, pois não devo ter me comunicado bem, já que o Sr. não entendeu o artigo. Peço que o leia com atenção, do começo ao fim, e tente compreendê-lo, pois a única pessoa glorificada no artigo é Deus.
Abraços,
David
Amado Irmão,
É claro que li o texto e sei do seu conteúdo e boa intenção, até o parabenizo por isto, mas acho que minha linha de raciocínio não está “encaixando”, é muito certo que não devemos estar em certos lugares. Perdoe, fico aqui!
Tudo podemos, mas nem tudo convêm!
Abraços do Irmão Rilvan
Querido Rilvan –
Você é sempre bem-vindo, mesmo se não concordar. Um dos privilégios de sermos irmãos em Cristo é que devemos ter opiniões bem definidas (Rom. 14.5) e temos a liberdade para discordar uns dos outros respeitosamente (Gal. 5:1) Mas além destas duas temos acesso ao Espírito Santo, que nos guiará em toda verdade (João 16.13) e eventualmente esclarecerá os nossos erros.
Que Deus abençoe a sua semana!
– David
Amado David,
Obrigado por suas palavras e que Deus também assim o conduza em Graça e Espirito. Que fique claro, opiniões podem ser opostas mas a amizade e o amor permanece, e a Bíblia sempre a mesma!
PELOS LAÇOS DA CRUZ DE CRISTO
Rilvan Stutz
http://www.reierei.blogspot.com
É importante reconhecer o brilho do homem, e de onde veio. É louvável entristecermo-nos com a perda para a nossa civilização e sociedade. Mas é essencial compreendermos que nessa vida, não há nem Undo, nem Restart. As decisões que tomamos aqui são o que determinam o nosso destino eterno, e o único caminho para a vida eterna é através de Jesus Cristo: com relação ao texto em epígrafe se voce é um cristovinista não podemos em hipótese alguma afirmar que o que eu faço aqui é o que vão determinar meu futuro porém ao contrário o que DEUS fez por nós é que ja determinou o nosso futuro seja para a salvação ou para a desonra eu creio que somos feito para honra e não para desonra quanto a jobs se ele foi adorado no mundo metafísico foi pra isso que DEUS o plantara na terra para cumprir os desejos e propósitos de DEUS e nada mais soli deo gloria
Prezado Adriano –
Seja bem-vindo ao blog. Não sei bem o que você quis dizer com “cristovinista”. Mas quanto ao que determina o futuro, também creio que é Deus que determina o fluxo da história (e mantém controle até sobre os mínimos detalhes, em sua soberania). Todavia, não descarto que da perspectiva humana, o que “determina” (em termos limitados, humanos) o seu destino eterno é a escolha que acontece dentro do tempo, aqui, na nossa realidade, de seguir a Deus ou não.
Veja bem: o fato da escolha já ser determinada no fluxo da história, não significa que a escolha em si não exista e que ela não seja, para aquela pessoa, o momento que define a sua vida. Ao escolher seguir a Jesus, você definiu naquele momento certos parâmetros, nos quais a sua vida seguiria. Da sua perspectiva, você escolheu a Jesus! O fato de que foi o Espirito Santo que impulsionou essa escolha, ou que essa escolha já havia sido determinada antes da fundação do mundo, muito provavelmente não fazia parte do seu processo mental quando você escolheu reconhecer a Jesus como Senhor e Salvador. A verdade é que você provavelmente só foi aprender sobre essas coisas muito depois, ao estudar a Palavra de Deus e vislumbrar (pois nunca poderemos compreender completamente) a perspectiva divina sobre o tempo, a salvação, e a “liberdade” humana.
Agora vejamos como a própria Palavra de Deus fala sobre essa escolha: “Agora, pois, temei ao SENHOR e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24:14-15)
Veja que em nenhum momento Josué nega ao povo a sua escolha. Ela é real, é necessária, e faz parte do processo de salvação iniciado pelo Espírito Santo na vida dos seus eleitos. Josué está pedindo ao povo que tome essa escolha, claramente, dedicando as suas vidas a servirem ao Senhor com integridade e fidelidade. É essa mesma escolha, a escolha que define (ou determina, em termos humanos) o resto das nossas vidas, aqui e no porvir, que eu pedi que os leitores do artigo considerassem.
Enfim, quando eu escrevi que “as decisões que tomamos aqui são o que determinam o nosso destino eterno”, o fiz com os olhos bem abertos dentro da perspectiva humana, que não é nem eterna, nem ilimitada, nem infinita, e sim temporal, limitada, e finita, e para a qual estas decisões tem peso e valor que definem o curso de nossas vidas.
Um abraço,
– David
Muito bom o seu texto, David; claro, coerente… expressa humanidade e muito senso cristão! Parabéns!!