Inocência Perdida

Arquivado sob (Mastigando) por Daniel em 07-03-2009

Nojento. Inimaginável. Horripilante. Deplorável.

meninaA maioria dos brasileiros tem acompanhado um caso chocante que vem dominando as notícias no nosso país. Na cidade de Alagoinha, em Pernambuco, uma garotinha de apenas 9 anos engravidou de gêmeos, após ser estuprada pelo padrasto. Os abusos aconteciam desde que a menina tinha 6 anos.

O padrasto já foi preso e ainda confessou ter estuprado a irmã dessa garota, uma deficiente de 14.

Na manhã dessa quarta-feira, 4 de Março de 2009, médicos num hospital do Recife realizaram a cirurgia abortando os gêmeos. Alegaram que esse caso se encaixava em ambos os aspectos no qual o aborto é autorizado na lei brasileira:

a) casos de estupro ou;

b) de risco de vida para a mãe.

O pai, que se diz evangélico, ficou revoltado com o aborto. E para conturbar ainda mais o ambiente, a Igreja católica excomungou os médicos e parentes da menina que consentiram com ou realizaram o aborto.

A opinião do país está dividida nesse caso e o que não faltam são opiniões fortes sobre o assunto. É só olhar alguns foruns pela internet e verá que existe uma discussão muito acirrada rolando.

Mas será que existe um posicionamento bíblico para esse caso?

Primeiramente, algumas considerações:

  • O padrasto é um idiota (estou economizando palavras piores). Gente como ele merecia o pior tipo de castigo. Que tipo de ser estupra menininhas, inclusive uma deficiente?!
  • A menina, coitada, passou por momentos terríveis e sem dúvida carregará pelo restante de sua vida algum peso por causa desse abuso.
  • Acho ridículo o bando de jornalistas politicamente corretos evitarem dizer a palavra ABORTO e a trocarem por “interrupção da gravidez”. Foi aborto e pronto, fala logo e não enrola.
  • Ninguém dá mais crédito nenhum para o que a igreja católica diz. Seriamente, será que as pessoas que ela “excomungou” eram membros da igreja católica mesmo? Será que eles faziam questão de participarem da igreja? Na verdade, acho que a igreja católica por tabela já classifica todo mundo que nasce no Brasil como um “católico” e já enxerga a população como parte da igreja. Honestamente, a maioria dos “católicos” não está nem aí com o catolicismo e a igreja católica. Resumindo, a igreja poderia excomungar a maior parte do Brasil que ninguém ligaria…

Voltando ao assunto central. Foi correto ou não abortarem os gêmeos dessa menina de 9 anos? Médicos alegam que o fator de maior peso nessa decisão foi que a menina corria um certo risco se a gravidez fosse adiante. A princípio isso soa bom, mas seria mesmo?

O que ninguém respondeu nesse caso foi se o risco da menina era IMEDIATO. Ou seja, ela morreria em breve se a gravidez continuasse? Será que o corpo dela não aguentaria a gravidez por completo? Se o corpo dela já estava pronto para engravidar, será que não estava pronto para a gestação?

A bíblia em tudo que trata busca dar valor a vida. E o princípio deve ser o mesmo para nós hoje. Devemos sempre valorizar a vida e, nesse caso, a vida daqueles dois bebês também deveria ter sido valorizada. O problema é que a sociedade parou de enxergar fetos como seres humanos, como vida.

Que culpa tinham do que aconteceu? Seria correto cometer um erro para corrigir outro? O assassinato nesse caso apaga o resultado de um estupro?

Para um cristão não deveria ser tão difícil opinar sobre esse caso. Um cristão só deveria apoiar a decisão de abortar quando ficasse totalmente evidente que os três (menina e os gêmeos) faleceriam se a gravidez continuasse. Nesse caso, aplicaria-se também o princípio de valorizar a vida. É melhor salvar uma vida do que perder três.

No entanto, se a menina conseguisse passar por todo o período gestacional, isso deveria ter sido apoiado. No final, haveria uma fila de pessoas querendo adotá-los e essa confusão toda poderia ter sido evitada. A decisão de abortar foi tomada muito cedo e esse foi o principal problema.

Agora ninguém sabe o que vai passar pela cabeça dessa menina daqui a 10-15 anos. Deve ter um monte de gente que apoia o aborto, torcendo para que ela nunca crie uma consciência. Já que a decisão de abortar não foi dela, quem garante que isso não a traumatize tanto quanto os estupros…

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