Natal: uma reusurpação

Arquivado sob (Mastigando, Pancadaria) por David em 12-12-2012

No caminho para BelémViva! Está chegando aquela festa que originalmente celebrava o solstício de inverno, festa usurpada pela Igreja Católica Apostólica Romana para celebrar o nascimento de Cristo (todavia retendo muitos dos símbolos e tradições do festival pagão original), festa usurpada pelo consumismo pós-moderno da nossa cultura, com seu foco no Papai Noel e nos presentes.

Podemos celebrar nesse dia? Sim! Mas o façamos de olhos abertos para o fato de que ele muito provavelmente não representa a data certa para o nascimento de Cristo, e com a compreensão de que o uso de muitos símbolos na nossa tradição, cristã, não tem nada a ver com o que aqueles símbolos significavam para as culturas de onde foram extraídos.

Façamos, então, uma reusurpação consciente e agressiva de uma festa que hoje se encontra repaganizada, usando a oportunidade para celebrar não o simples nascimento de uma criança, e sim a Encarnação do Verbo. A segunda pessoa da Trindade, que existe desde toda a eternidade e que, num dia há mais ou menos dois mil anos, “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.7-8)

Essa boa-nova não tem limites de hora, dia, mês ou ano para ser divulgada. Emanuel: Deus conosco. Que o dia 25 seja apenas um dos dias em que você festeja essa maravilha, compartilhando-a com os seus familiares, amigos, colegas de trabalho e estudo, enfim, com o mundo!

Igreja Reformada, sempre se reformando

Arquivado sob (Crítica, Mastigando, Pancadaria) por David em 01-11-2012

Ontem foi 31 de outubro. Para uma grande parte do mundo, Halloween. Para outra parte não tão grande, foi uma ocasião para lembrar e celebrar a Reforma Protestante do século 16.

Ao contrário do Halloween, nas redes sociais as “celebrações” da Reforma se estenderam por todo o mês de outubro, com frases de reformadores, trocas de fotos de perfil, etc. E a verdade é que, para um certo segmento daqueles que se consideram parte da “tradição reformada”, essa “celebração” já passou de um dia, para um mês, para se tornar o comportamento normal durante o ano todo. Em vista dessas coisas, quero fazer as seguintes observações.

A Reforma aconteceu há quase 500 anos. Foi um salto tremendo de volta para uma fé centralizada em Cristo e baseada na sua revelação, deixando de lado uma tradição e eclesiologia que havia usurpado a sua autoridade. Mas nos últimos 500 anos muita coisa aconteceu. O zeitgeist (espírito da época) do mundo mudou tremendamente, e isso afetou, e afeta, o pensamento daqueles que compõem a Igreja de hoje.

Clamo, pelo amor que temos ao Pai, que possamos continuar construindo em cima das verdades resgatadas pela Reforma, mas que possamos construir em cima delas e não continuar martelando os mesmos pregos de Lutero e escrevendo as mesmas palavras que Calvino. Que essas verdades possam servir de pano de fundo para uma Igreja que continua a se reformar, avaliando a si mesma como ela é hoje, à luz das Escrituras, sem ter a cabeça presa num túnel do tempo que enganosamente faz pensar que gritar chavões da Reforma (até virtualmente) tem a mínima utilidade para alguém, dentro ou fora da Igreja, nos dias de hoje.

Se querem gritar chavões da Reforma, que gritem esse: Ecclesia Reformata et Semper Reformanda, ou seja, “Igreja reformada e sempre se reformando”. Deixemos de focalizar no “ponto de partida”, que na verdade foi apenas um ponto de retorno, e lembremos do propulsor Semper Reformanda.*

Que Deus nos abençoe!


*Agradeço ao primo Tacito Gueiros por esse último insight.

Carta aberta à Globo sobre a sua hipocrisia (Atualizado)

Arquivado sob (Crítica, Mastigando, Pancadaria) por David em 24-10-2012

Enviada pelo site falecomaredeglobo.globo.com.

Escrevo referente ao episódio de Malhação que foi exibido no dia 22/10/2012. Após ler uma crítica ao programa detalhada neste blog: cronicasdocotidiano.com/?p=1206, assisti ao episódio por curiosidade, confirmando e estranhando o abuso de autoridade do “professor” (que também constitui bullying) para “ensinar” os seus alunos uma lição sobre o bullying. Expresso minha total concordância com a crítica feita no artigo citado acima, especialmente com esta frase: “VIVEMOS NUM MUNDO ONDE AS PESSOAS ACABAM LEGITIMANDO AQUILO QUE CONDENAM, EM PROL DAS CAUSAS QUE APROVAM.”

Mas, além disso, quero registrar o meu espanto com duas outras ocorrências, nesse mesmo quadro, que demonstram hipocrisia da parte dos roteiristas e produtores do programa.

Primeiro, a piada do “professor” quando a “professora” disse que a classe era dele. “Que delícia! Posso levar pra casa?” Uma piada, sim, mas uma piada com tons de pedofilia, permissível apenas porque aquele que a desferiu aparentemente faz parte do único grupo intocável na nossa sociedade, quando se trata de fazer piadas deste tipo: os homossexuais.

Segundo, o uso, por esse mesmo ator, do termo bicha proibido ao resto da população quando se trata deste grupo. Termo que foi coincidentemente censurado pela globo quando escreveu o seu resumo sobre o episódio (tvg.globo.com/novelas/malhacao/2012/Vem-por-ai/noticia/2012/10/contra-o-preconceito-excelsior-da-aulas-de-bale-para-turma-do-2-ano.html). A frase, como ela aparece no episódio, é: “No palco, podemos ser tudo: homem, mulher, criança, velho, bicho, bicha, árvore…”.

São ocasiões como essas que nos alertam para o fato de que vivemos sob a ditadura cultural de uma minoria, que procura influenciar a sociedade através da mídia não apenas a “aceitar” a sua opção e conviver com ela, mas a ampliar os limites do que é aceitável no discurso público, apenas para este segmento da população.

O episódio não ensinou nada sobre bullying, a não ser que o bullying é aceitável se provém de uma autoridade que é homossexual. E, ao mesmo tempo, ensinou que insinuações quanto à pedofilia e o uso de termos atualmente determinados “ofensivos” são completamente aceitáveis, se provém dessa mesma autoridade. Isso não é igualdade, aceitação ou convivência, e sim, desigualdade, autorização ao humor às custas de algo horrível (a pedofilia), e hipocrisia no uso de termos que, se desferidos por outros, são causa de acusações de intolerância, preconceito e crime.

David Zekveld Portela (24/10/2012)

Atualização (24/10/2012): Resposta recebida na mesma noite:

David

Respeitamos sua opinião e crítica. Suas considerações serão levadas ao conhecimento da direção do programa.

Cordialmente,
Rede Globo.

A Tragédia de Lindembergue

Arquivado sob (Mastigando, Pancadaria) por Daniel em 19-10-2008

Lindembergue Fernandes Alves

Lindembergue Fernandes Alves

ATUALIZAÇÃO – APÓS O VELÓRIO, POLICIAIS DESCOBREM QUE PAI DE ELOÁ É FORAGIDO DA JUSTIÇA.

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Numa semana conturbada, na qual até os policiais de São Paulo brigavam entre si, acompanhamos de perto um sequestro em Santo André que terminou tragicamente. Lindembergue Fernandes Alves, de 22 anos, invadiu a casa de sua ex-namorada de 15 anos,  Eloá Cristina Pimentel. O namoro de 3 anos havia terminado recentemente após muitas brigas (sim, você que fez as contas está certo. O namoro começou quando ela tinha apenas 12 anos e ele tinha 19).

O rapaz, desesperado após o término do namoro, sequestrou Eloá juntamente com sua melhor amiga, Nayara Rodrigues Vieira, e mais dois colegas de classe num ato de desespero para tentar reconciliar-se com Eloá. Até parece que depois de uma loucura dessas, Eloá viraria no dia seguinte para esse menino desequilibrado e diria: “Ah, eu te amo. Adorei sua loucura de amor ontem. Vamos voltar a namorar?” Sinceramente, eu não sei o que se passava na cabeça de Lindembergue.

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A briga de dois cegos

Arquivado sob (Pancadaria) por Daniel em 26-09-2008

Já era tempo. A Globo vem dominando a televisão brasileira há décadas sem que alguma emissora chegasse perto de ameaçar seu domínio e monopólio sobre o Brasil. Com a chegada e o crescimento da Record, que pertence à Igreja Universal, a Globo da família Marinho finalmente tem um adversário com dinheiro e coragem suficientes para chamá-la pra chincha.

Recentemente, a Record conseguiu ultrapassar a Globo nos índices medidos pelo IBOPE em alguns horários e dias da semana. As cifras gastas com suas novelas já chegam próximas das fortunas gastas pela Globo e todo mês descobre-se mais algum artista que foi pescado pela Record, seduzido pelos altos salários oferecidos e pela maior liberdade criativa.

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